Após fazer mais de 2500 apresentações sobre uma ampla gama de assuntos relacionados ao Desenvolvimento Pessoal—autoconhecimento, treinamento da mente, felicidade, potencial humano, mindfulness, inteligência emocional, meditação, compaixão, não-dualidade, relacionamentos, autorrealização, despertar da consciência—e de viver como um pesquisador e professor de diversas tradições de sabedoria por 25 anos, cheguei ao discernimento de que o princípio fundamental por trás de todas as experiências de vida é simplesmente isto:

O mundo exterior é um reflexo do mundo interior. Estados internos de ser são as verdadeiras causas da forma com que experienciamos a vida. Para uma mudança real de vida, é necessário mudar primeiro por dentro.

Ter me formado em Engenharia Aeronáutica pelo ITA e trabalhado na área por alguns anos pode ter me ajudado a me tornar um observador atento das relações de causa e efeito, as quais muitas vezes nos induzem equivocadamente a atribuir efeitos como se fossem causas. O mesmo acontece na nossa vida. Temos a tendência de pensar que o que nos sucede na vida exterior determina nossos processos psicológicos, mas na verdade é quase sempre o contrário.

Também pensava equivocadamente que quando não estava contente com certas situações da minha vida ou com algumas pessoas ao meu redor, eu tinha então que mudá-las ou corrigi-las.

Agora entendo que em tais situações o que precisa ser mudado é meu estado de consciência de Ser e a forma como vejo tais circunstâncias.

Foi em um desses lugares onde vivi na Ásia que a vida me pôs em contato com minha companheira de vida. Budkhand (nome tibetano que significa “divindade feminina do despertar da consciência”) ou simplesmente “Budhi”, uma flor de lótus da Mongólia, foi uma de minhas estudantes de longo tempo que acabou se tornando uma professora/pesquisadora como eu. Agora trabalhamos juntos como professores/facilitadores de tradições de sabedoria com o propósito de elevar o nível de consciência da humanidade por meio da realização de nossa Unicidade.

A maioria das apresentações que fizemos assim como as práticas de meditação que guiamos tinham como objetivo auxiliar nossos estudantes e companheiros de caminho a se tornarem conscientes de nosso real Ser. Embora muitos dos ensinamentos que encontramos ao longo do caminho tinham uma natureza dualista (luz x trevas, alma x ego, bem x mal, espírito x matéria, etc.), as ideias não-dualistas do Budismo Vajrayana e do Advaita Vedanta tiveram mais ressonância conosco do que os demais.

Durante os vários anos em que vivi na Índia, tive a oportunidade de receber centenas de horas de ensinamentos do Dalai Lama. Por exemplo, participei de um programa intensivo de 10 dias com o Dalai Lama em Dharamsala no qual recebi a iniciação Gyalwa Gyatso, que foi minha primeira experiência real da Unicidade.

O que você vivencia na Unicidade é a união (yoga) entre o ser pessoal (a parte temporal que inclui o corpo físico e a personalidade) e o Ser atemporal, que é a consciência desperta que todos compartilhamos na Unidade. Em Unicidade, nos vemos e olhamos para a vida de uma forma completamente diferente.